O conhecimento infinito de Deus – Onisciência parte 1


Deus é onisciente. Ele sabe todas as coisas — todas as coisas possíveis, todas as coisas reais, todos os eventos, conhece todas as criaturas, todo o passado, presente e futuro.

Conhece perfeitamente todos os pormenores da vida de todos os seres que há no céu, na terra e no inferno.Nada escapa à Sua atenção, nada pode ser escondido dEle, não há nada que Ele esqueça! Bem podemos dizer com o salmista: ‘Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir’ (Salmo 139:6). Seu conhecimento é perfeito. Ele jamais erra, nem muda, nem passa por alto coisa alguma. ‘E não há criatura alguma encoberta diante dele: antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar’ (Hebreus 4:13). Sim, tal é o Deus a quem temos de prestar contas!

‘Tu conheces o meu assentar e o meu levantar: de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces’ (Salmo 139:2-4), Que maravilhoso Ser é o Deus das Escrituras! Cada um dos Seus gloriosos atributos deveria torná-lo honorável à nossa apreciação. A compreensão da Sua onisciência deveria inclinar-nos diante dEle em adoração. Contudo, quão pouco meditamos nesta perfeição divina! Será por que o só pensar nela nos enche de inquietação?

Quão solene é este fato: nada se pode esconder de Deus! : ‘… quanto às cousas que vos sobem ao espírito, eu as conheço’ (Ezequiel 11:5). Embora sendo Ele invisível para nós, não o somos para Ele. Nem as trevas da noite, nem as mais espessas cortinas, nem o calabouço mais profundo podem ocultar o pecador dos olhos do Onisciente. As árvores do jardim não puderam ocultar os nossos primeiros pais. Nenhum olho humano viu Caim assassinar seu irmão, mas o seu Criador testemunhou o crime. Sara pôde rir zombeteira, oculta em sua tenda, mas foi ouvida por Jeová. Acã roubou uma cunha de ouro e a escondeu cuidadosamente no solo, mas Deus a trouxe à luz. Davi escondeu a sua iniqüidade a duras penas, mas pouco depois o Deus que tudo vê enviou-lhe um dos Seus servos para dizer-lhe: ‘Tu és o homem!’ E tanto ao escritor como ao leitor se diz: ‘… sabei que o vosso pecado vos há de achar’ (Números 32:23).

Os homens despojariam a Deidade da Sua onisciência, se pudessem — prova de que ‘… a inclinação da carne é inimizade contra Deus… ‘ (Romanos 8:7). Os ímpios odeiam esta perfeição divina com a mesma naturalidade com que são compelidos a reconhecê-la. Gostariam que não houvesse nenhuma Testemunha dos seus pecados, nenhum Examinador dos seus corações, nenhum Juiz dos seus feitos. Procuram banir tal Deus dos seus pensamentos: ‘E não dizem no seu coração que eu me lembro de toda a sua maldade…’ (Oséias 7:2). Como é solene o Salmo 90:8! Boa razão tem todo o que rejeita a Cristo para tremer diante destas palavras: ‘Diante de ti puseste as nossas iniqüidades: os nossos pecados ocultos à luz do teu rosto’.

Mas a onisciência de Deus é uma verdade cheia de consolação para o crente. Em tempos de aflição, ele diz com Jó: ‘Mas ele sabe o meu caminho…’ (23:10). Pode ser profundamente misterioso para mim, inteiramente incompreensível para os meus amigos, mas ‘Ele sabe’! Em tempos de fadiga e fraqueza, os crentes podem assegurar-se de que Deus ‘ … conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó’ (Salmo 103:14). Em tempos de dúvida e vacilação, eles apelam para este atributo, dizendo: ‘Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se ha em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno’ (Salmo 139:23-24). Em tempos de triste fracasso, quando os nossos corações foram traídos por nossos atos; quando os nossos feitos repudiaram a nossa devoção, e nos é feita a penetrante pergunta, ‘Amas-me?’, dizemos, como o fez Pedro: ‘… Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo…’ (João 21:17).

Aí temos estímulo para orar. Não há motivo para temer que as petições do justo não serão ouvidas, ou que os seus suspiros e lágrimas não serão notados por Deus, visto que Ele conhece os pensamentos e as intenções do coração. Não há perigo de que um santo seja passado por alto no meio da multidão de suplicantes que todo dia e toda hora apresentam as suas variadas petições, pois a Mente infinita é capaz de prestar a mesma atenção a multidões como se apenas um indivíduo estivesse procurando obter a Sua atenção. Assim também a falta de linguagem apropriada, a incapacidade de dar expressão ao anseio mais profundo da nossa alma, não comprometerá as nossas orações, pois, ‘… será que antes que clamem, eu responderei: estando eles ainda falando, eu os ouvirei’ (Isaías 65:24).

Postar um Comentário

Gostou da postagem?
Deixe o seu comentário sobre este assunto.

Postagem Anterior Próxima Postagem

Veja Mais!