Introdução
Ao longo dos séculos, a mensagem do Evangelho tem sido o maior tesouro deixado à humanidade.
Jesus Cristo veio ao mundo para revelar a verdade, libertar os cativos e mostrar o caminho da vida eterna.
No entanto, com o passar do tempo, muitos que se dizem mensageiros dessa verdade começaram a distorcê-la — seja por ignorância, por tradição, ou por interesse próprio.
Hoje, vemos um cenário religioso repleto de contradições.
Há templos cheios de pessoas, mas corações vazios da presença de Deus.
Há pastores e pregadores que falam sobre o amor, mas vivem em rivalidade e vaidade.
Há quem pregue sobre o desapego ao mundo, mas busca incessantemente status, poder e riqueza.
A Palavra de Deus, que deveria ser luz e guia, muitas vezes é usada como instrumento de manipulação e controle.
Este livro não tem o propósito de julgar, mas de despertar.
Ele não aponta o dedo para condenar, mas ergue a voz para lembrar que Deus é verdade, e que toda mentira — mesmo quando dita em nome d’Ele — um dia será desmascarada.
A Bíblia nos ensina que “pelo fruto se conhece a árvore” (Mateus 7:20), e é olhando para os frutos que podemos discernir se a pregação tem sido conforme o Evangelho ou segundo as tradições humanas.
As 50 contradições apresentadas aqui não são invenções, mas observações reais, baseadas em discursos, comportamentos e práticas comuns nas igrejas modernas.
Cada uma delas convida o leitor à reflexão — não apenas sobre os líderes religiosos, mas também sobre nós mesmos.
Será que temos vivido o que pregamos? Será que temos seguido a Cristo ou apenas as vozes que falam em nome d’Ele?
Que esta leitura seja como um espelho espiritual.
Que desperte a consciência, traga discernimento e nos leve de volta à essência simples e pura do Evangelho de Cristo — aquele que não busca aplausos, mas corações sinceros; que não exige sacrifícios financeiros, mas arrependimento e amor.
Autor: Tiago Sampaio Cruz
1ª Contradição
Afirmam que "Jesus está presente no ambiente, ou seja, no meio da congregação." Em seguida, dizem que Jesus está prestes a voltar.
2ª Contradição
Ensinam que "os dízimos e as ofertas são para os mantimentos da casa de Deus, referindo-se ao templo de tijolos." Logo depois, declaram que a verdadeira casa de Deus somos nós.
3ª Contradição
Durante a contribuição, "afirmam que quem não dá nem dízimos nem ofertas é ladrão e amaldiçoado, e que nenhum ladrão herdará o céu." Em seguida, dizem que todos os que estão na igreja são abençoados por Deus e serão salvos.
4ª Contradição
Afirmam que "nenhum demônio pode entrar na casa de Deus." Logo depois, dizem que há muitas pessoas endemoninhadas dentro das igrejas.
5ª Contradição
Pregam que "a macumba não atinge os crentes." Em seguida, declaram que Deus revelou haver crentes que foram vítimas de macumba.
6ª Contradição
Ensinam que "não se deve fazer acepção de pessoas." Logo depois, impõem a doutrina de que quem não for fiel nos dízimos e nas ofertas não pode pregar, louvar ou sequer pegar no microfone da igreja.
7ª Contradição
Afirmam que "quem peca é filho do diabo." Em seguida, declaram que todos somos pecadores e filhos de Deus.
8ª Contradição
Dizem que "quem é fiel a Deus não pode ser tocado por Satanás, nem ele nem sua família." Logo depois, pregam que Jó foi um homem fiel a Deus, mas Satanás tocou nele e também em sua família.
9ª Contradição
Ensinam que "quem tem fé em Deus alcança o que deseja." Em seguida, começam a pedir dízimos, ofertas e votos.
10ª Contradição
Dizem: “Quem manda e quem dá as ordens nesta igreja sou eu!” Logo depois, declaram que a igreja pertence a Deus e que quem ordena é o próprio Deus.
11ª Contradição
Pregam que “todos que invocam o nome de Jesus já estão salvos”. Logo depois, dizem que, se a pessoa não for fiel nos dízimos e ofertas, perderá a salvação.
12ª Contradição
Afirmam que “o templo não salva ninguém”. Em seguida, dizem que quem não for à igreja vai para o inferno.
13ª Contradição
Ensinam que “Deus não faz acepção de pessoas”. Logo depois, declaram que só quem é membro da denominação deles será salvo.
14ª Contradição
Pregam que “somente Cristo é o mediador entre Deus e os homens”. Logo depois, dizem que só através do pastor a bênção chega até o povo.
15ª Contradição
Afirmam que “Jesus é a única verdade”. Em seguida, dizem que a igreja deles é a verdadeira e as demais são falsas.
16ª Contradição
Pregam que “Deus é dono do ouro e da prata”. Logo depois, dizem que Deus está precisando da ajuda financeira dos fiéis para manter a obra.
17ª Contradição
Afirmam que “Deus não olha para a aparência”. Logo depois, dizem que, para subir ao púlpito, a pessoa precisa estar com roupas formais e dentro do “padrão da igreja”.
18ª Contradição
Pregam que “não devemos ajuntar tesouros na terra”. Em seguida, se vangloriam dos bens, construções e patrimônios da denominação.
19ª Contradição
Dizem que “Deus não precisa de nada, pois Ele é soberano”. Logo depois, afirmam que, se a pessoa não der o dízimo, a obra de Deus vai parar.
20ª Contradição
Pregam que “tudo é pela graça e não por obras”. Logo depois, ensinam que, se a pessoa não cumprir todas as regras da denominação, não herdará o Reino dos Céus.
21ª Contradição
Pregam que “Jesus curou o cego Bartimeu” e que Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Mas quando oram por um cego, não acontece nada, e ainda dizem que “Deus sabe o que faz”.
22ª Contradição
Afirmam que “a salvação é individual”. Logo depois, dizem que quem sair da igreja deles perde a salvação.
23ª Contradição
Pregam que “Deus habita no coração do homem”. Mas se alguém falta ao culto, logo afirmam que essa pessoa se afastou de Deus.
24ª Contradição
Ensinam que “Deus não é Deus de confusão”. Logo depois, pregam doutrinas contraditórias entre si, confundindo os próprios fiéis.
25ª Contradição
Afirmam que “Deus conhece o coração”. Mas julgam as pessoas pela aparência, pelas roupas e até pelo cabelo.
26ª Contradição
Pregam que “Deus não divide a glória dEle com ninguém”. Logo depois, exaltam o nome do pastor e da denominação acima do próprio Cristo.
27ª Contradição
Ensinam que “Deus é amor”. Mas condenam e humilham publicamente quem cai em pecado, sem demonstrar misericórdia.
28ª Contradição
Afirmam que “Jesus veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Mas proíbem pecadores e visitantes de participarem do culto ou se aproximarem do altar.
29ª Contradição
Pregam que “o Espírito Santo é quem convence o homem do pecado”. Logo depois, dizem que é o pastor quem determina quem está ou não em pecado.
30ª Contradição
Afirmam que “a fé move montanhas”. Mas quando a oração não é atendida, dizem que “Deus quis assim”.
31ª Contradição
Ensinam que "Deus sabe de todas as coisas e que o pastor é o porta-voz divino na Terra." No entanto, quando são confrontados com perguntas difíceis, respondem simplesmente: “Isso só Deus sabe”. Se Deus sabe de tudo, por que o porta-voz nada pode responder?
32ª Contradição
Pregam que “somos o templo do Espírito Santo”. Mas ensinam que sem frequentar o templo físico a pessoa está em pecado.
33ª Contradição
Afirmam que “o amor cobre uma multidão de pecados”. Mas não perdoam quem erra dentro da própria congregação.
34ª Contradição
Pregam que “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. Logo depois, impõem regras rígidas sobre roupas, cortes de cabelo e até modos de falar.
35ª Contradição
Dizem que “Deus não é homem para mentir”. Mas fazem promessas que Deus nunca fez, apenas para manter os fiéis motivados.
36ª Contradição
Pregam que “toda honra e toda glória pertencem a Deus”. Mas se o culto não correr do jeito que o pastor quer, ele encerra irritado e diz que “o Espírito Santo se retirou”.
37ª Contradição
Ensinam que “Deus não faz barganha”. Mas dizem: “Se você fizer um voto hoje, Deus te dará vitória amanhã”.
38ª Contradição
Afirmam que “o justo viverá pela fé”. Mas ensinam que sem contribuir financeiramente, a fé não tem valor.
39ª Contradição
Pregam que “Deus é quem escolhe os seus”. Mas escolhem líderes e pregadores por aparência, amizade ou posição social.
40ª Contradição
Dizem que “Jesus é o bom pastor que dá a vida pelas ovelhas”. Mas quando uma ovelha se afasta, ninguém vai atrás dela.
41ª Contradição
Pregam que “Deus habita no meio dos louvores”. Mas não deixam certas pessoas louvar por não estarem “no padrão da igreja”.
42ª Contradição
Afirmam que “o Reino de Deus não é comida nem bebida”. Mas se preocupam mais com festas e banquetes do que com os necessitados.
43ª Contradição
Dizem que “a salvação é dom gratuito de Deus”. Mas condicionam a salvação à fidelidade financeira e à obediência às regras da denominação.
44ª Contradição
Pregam que “Deus é o mesmo e não muda”. Mas suas doutrinas mudam conforme o interesse da liderança.
45ª Contradição
Afirmam que “o verdadeiro amor lança fora todo medo”. Mas mantêm os fiéis na igreja por medo do inferno.
46ª Contradição
Dizem que “Jesus ensinou a dar sem esperar nada em troca”. Mas ensinam o povo a dar esperando bênçãos materiais.
47ª Contradição
Pregam que “a palavra de Deus é suficiente”. Mas só pregam usando livros, manuais e campanhas produzidos pela própria denominação.
48ª Contradição
Afirmam que “quem tem o Espírito Santo não precisa que ninguém o ensine”. Mas proíbem os membros de interpretar a Bíblia por si mesmos.
49ª Contradição
Dizem que “o Reino de Deus é paz e alegria”. Mas vivem disputando cargos, ministérios e títulos dentro da igreja.
50ª Contradição
Pregam que “Cristo está às portas”. Mas continuam construindo templos, comprando terrenos e planejando eventos para os próximos 10 anos.
Conclusão
Ao terminar esta leitura, é impossível não refletir sobre o quanto o Evangelho foi, em muitos lugares, transformado em palco.
Palco de vaidades, de interesses humanos e de doutrinas inventadas para sustentar sistemas religiosos.
Mas o Evangelho verdadeiro não é um espetáculo.
Ele é cruz, renúncia, perdão, amor e verdade.
Jesus nunca cobrou nada de ninguém para curar, libertar ou ensinar.
Ele não pediu aplausos, nem construiu templos luxuosos para provar Sua autoridade.
Ele caminhou entre o povo simples, comeu com pecadores, tocou em leprosos e perdoou adúlteras.
E, ainda assim, muitos que hoje pregam em Seu nome, fazem o oposto do que Ele fez.
Essas contradições não devem nos afastar de Deus, mas sim nos aproximar ainda mais d’Ele, com discernimento e olhos abertos.
Devem nos lembrar que seguir a Cristo é muito mais do que pertencer a uma denominação — é viver em comunhão com a verdade, mesmo quando ela confronta nossos costumes.
O verdadeiro cristão não é aquele que fala bonito, mas o que pratica o que prega.
Não é o que grita “Senhor, Senhor”, mas o que faz a vontade do Pai.
E a vontade de Deus é simples: amar, perdoar, servir, e permanecer fiel à Sua Palavra — sem distorções, sem segundas intenções e sem máscaras religiosas.
Que este livro desperte em cada leitor o desejo de buscar a pureza do Evangelho,
de voltar às Escrituras com um coração humilde, e de pedir ao Espírito Santo que revele toda verdade.
Pois somente a verdade liberta — e essa verdade é Jesus Cristo.
FIM









