Tema: A Invasão dos Gentios em Jerusalém, já Aconteceu!, Há Muitos Anos!


Tendo saído do Templo, Jesus caminhava e os discípulos se aproximavam dele para fazê-lo observar as construções do Templo. Um dos seus discípulos lhe disse: “Mestre, vê que pedras e que construções!”

E como alguns falavam a respeito do Templo que era ornado de belas pedras e donativos, Jesus disse-lhes: “Vês tudo isto, todas estas grandes construções? Em verdade vos digo: dias virão em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada!”
(Evangelhos de: Mateus, cap. 24, vv. 1 e 2 – Marcos, cap. 13, vv. 1 e 2 – Lucas, cap. 21, vv. 5 e 6).

O templo de Jerusalém foi a concretização de um desejo do rei Davi, que providenciou tudo para que o seu filho Salomão pudesse construí-lo.
O templo de Jerusalém foi edificado por Salomão (1005 a.C.), depois reconstruído por Zorobabel (515 a.C.) e, posteriormente, restaurado por Herodes, o Grande, a partir de 20 a.C..

O primeiro templo de Jerusalém foi construído no cume do Monte Moriá, onde Abraão ofereceu Isaque como sacrifício, mas foi destruído por Nabucodonosor II, rei da Babilônia, em 587 a.C. (2Reis, 25; 2Crônicas,36 e Jeremias, 52).

O segundo templo foi reconstruído depois que os judeus retornaram do cativeiro da Babilônia. 500 anos depois, o templo, desgastado por causas naturais e ataques de inimigos. foi restaurado por Herodes, o Grande, tendo sua restauração concluída em (64 d.C.)

No entanto, em 70 d.C, o templo foi destruído por Tito, futuro imperador de Roma, e até os dias atuais não mais foi reconstruído.
Segundo o historiador Flávio Josefo, em sua obra Guerra dos Judeus (VI, 9.3), cerca de 1.100,000 habitantes foram assassinados durante o ataque romano a Jerusalém. Jesus sabia que a cidade seria devastada no ano 70 d.C e por isso disse: “Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada (Lucas, 21:6).

A duas destruições do templo coincidem com as duas destruições de Jerusalém, cidade que foi berço da fé em Deus, organizada como cidade há mais anos a.C. e fundada por Sem, Filho de Noé. No entanto, foi palco de atrocidades contra os que falavam em nome de Deus. Jerusalém prossegue como sendo ponto de conflitos religiosos, embora seja a cidade sagrada dos judeus, cristãos e muçulmanos.

O historiador Flávio Josefo narra a respeito da restauração do templo de Jerusalém por Herodes, o Grande ou o idumeu, no ano 20 a.C., e o descreve com singular precisão em sua obra História dos Hebreus (CPAD, Livro Décimo Quinto, capítulo 14):

“Herodes empregou mil carretas para trazer as pedras, reuniu todo o material, escolheu dez mil operários dos melhores e sobre eles constituiu mil sacrificadores, vestidos às suas custas, inteligentes e práticos nos trabalhos de pedreiro e carpinteiro. A frente desse soberbo edifício parecia a de um palácio real; as duas extremidades de cada frente eram mais baixas que o centro e esse centro era tão alto que os que estavam em frente do templo ou que para lá se dirigiam, podiam vê-lo, embora estivesse muito longe, de vários estádios, mesmo. A arquitetura dos pórticos era quase semelhante ao resto; viam-se tapeçarias estendidas de diversas cores, adornadas de flores de púrpura, com colunas entre elas, nas cornijas, das quais pendiam ramos de videira de ouro, com seus cachos e suas folhas tão bem trabalhados que nessas obras, tão ricas, a arte nada ficava a dever à natureza”. Pastorino, (Sabedoria do Evangelho, vol. 7) também cita Flávio Josefo (Bellum Judaicum, 5, 5, 6):

Tudo o que havia no exterior do templo alegrava os olhos, enchia de admiração e fascinava o espírito: era todo coberto de lâminas de ouro tão espessas que, desde o alvorecer, se ficava tão ofuscado quanto pelos próprios raios solares. Dos lados em que não havia ouro, tão brancas eram as pedras que essa massa soberba parecia, de longe, aos estrangeiros que o não conheciam, uma montanha coberta de neve”.

Ainda segundo Pastorino, Josefo (Bell. Jud. 5.5.1-2 e Ant.Jud. 15.11-3) informa que o templo foi destruído em “9 de agosto de 70 e que Tito fez tudo para salvar o templo da destruição”.* Contudo, as ordens de Tito para preservar o templo foram desatendidas porque os soldados estavam enraivecidos contra os judeus. “Depois que uma tocha, lançada por um soldado, iniciou o incêndio” que se propagou rapidamente, Tito nada mais fez para evitar a destruição do templo. Essa versão histórica pode parecer suspeita para livrar o governo romano da responsabilidade da destruição do templo, centro de fé dos judeus, mas essa hipótese não parece plausível porquanto mais expressiva foi a devastação de Jerusalém, cidade sagrada dos judeus.

Ao sair do templo, os discípulos de Jesus admiraram a sua restauração. Na época de Jesus, o templo ainda estava em reformas e construções, as quais seriam concluídas no ano 64.
Os evangelhos não revelam qual discípulo se dirigiu ao Mestre para elogiar as pedras e as construções do templo, mas deveria ser discípulo próximo.
Ao profetizar a destruição do templo de Jerusalém, Jesus não desconsiderou a engenharia ou a arquitetura de seu tempo, mas tacitamente quis ressaltar o templo do espírito que é indestrutível e é onde se deve erguer o altar resplandecente de uma consciência pacificada pelo dever moral cumprido.

O templo de Jerusalém restaurado por Herodes foi uma manobra para conquistar a simpatia do povo de Israel para seu reinado e não porque estava disposto a homenagear o Deus de Abraão. Ele não tinha legitimidade judaica e queria compensar esse fato por meio de uma majestática homenagem à fé israelita.
Ao longo da escalada evolutiva terrena, o ser humano sempre considerou a importância de demonstrar sua fé por meio de imagens, templos, rituais e procedimentos externos que pudessem agregar mais devotos. Contudo, quanto mais evoluído é o espírito, maior será a necessidade de uma vida interior intensa e condigna com sua natureza eterna e indestrutível.

A devastação do templo de Jerusalém, o mais belo e significativo templo religioso construído pela arquitetura humana ao longo da história, bem representa uma mensagem da Lei Natural de Adoração aos que cultuam Deus somente pelas aparências, buscando suas glórias e ambições. No ano 70, seis anos depois de sua conclusão, em 64, o templo foi destruído por uma rebelião de soldados romanos que se revoltaram contra os judeus que não assimilaram a fé que defendiam.

O rei Eclesiastes, filho do rei Davi, critica os atos pela vaidade que somente causam lamentações (Eclesiastes, 1:1-18). Conforme as palavras de Jesus a respeito da destruição do templo de Jerusalém, tudo que fizermos em nome da vaidade não permanecerá, “não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada”.

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