Jesus já Voltou no Século I, E não virá mais!


“Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça”. (Mateus 24.32-34)

Muitos pregadores insistem em dizer que a figueira é uma ilustração de Israel e do judaísmo. Dizem também que Israel voltou a brotar e renovar suas folhas quando voltou a ser uma nação novamente em 14 de maio de 1948. Em conexão a isto surgiram diversas interpretações de que a “geração” que viu Israel se tornar nação novamente, não passaria. Por isto, Jesus afirmou que aquela geração não passaria até que tudo que tudo se cumprisse naquela geração. na verdade Jesus já voltou no Século I, todos os sinais que Jesus falou se cumpriu naquela geração.

O problema é que a figueira não tem sido sempre a representante da nação de Israel. Se há uma árvore que representa Israel, é a oliveira (Romanos 11.17, 24). Se a figueira sempre foi à representante de Israel, parece um pouco estranho que Paulo tenha usado uma oliveira para representar a nação israelita. Os versículos usados para tentar provar que a figueira representa Israel são Jeremias 24.1-8; 29.17; Juízes 9.10, 11 e Oséias 9.10.

Em Jeremias 24.1-8, figos bons e maus (não árvores) ilustram Israel no cativeiro, e há também menção de figos em Jeremias 29.17. No livro de Juízes 9.10 a referência a figueira não é Israel. O mesmo se dá em Oséias 9.10 que diz: “O SENHOR Deus diz: — Quando encontrei Israel pela primeira vez, fiquei alegre como quem acha uvas no deserto e, ao ver os antepassados de vocês, fiquei contente como quem vê os primeiros figos maduros”.

Observe nesses versículos que a referência sempre é em relação a figos e não às árvores. Também, nem as referências a figueira em Mateus 21.18-20, Marcos 11:12-14 com sua interpretação em Marcos 11:20-26, dá qualquer indicação de que Jesus se referiu a Israel, mais do que a montanha que se refere neste último versículo.

Por último, o texto de Lucas que é paralelo de Mateus 24.32-34 nos esclarece melhor a respeito da parábola da figueira: “Ainda lhes propôs uma parábola, dizendo: Vede a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, vendo-o, sabeis, por vós mesmos, que o verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus. Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça”. (Lucas 21.29-32)

Observe que na versão de Lucas, Jesus conta a parábola da figueira e acrescenta “todas as árvores”. Se a figueira ilustra Israel e o que dizer de “todas as árvores”? A verdade é que Jesus usa a parábola da figueira referindo-se a uma simples árvore. A comparação é que da mesma forma que a figueira e todas as outras árvores começam a brotar quando o verão está próximo, os sinais descritos por Jesus também são a prova de que o reino de Deus já chegou. Sem uma garantia clara da Escritura, a má interpretação da parábola da figueira realizada por muitos continuará servindo de falsas especulações e marcações de datas sobre a volta de Jesus.

A Figueira é um Símbolo Negativo
Sobre a questão da parábola da figueira simbolizar Israel, o pastor Jonathan Welton fez um excelente comentário, veja:

"Esta é uma parábola simples; da mesma forma que os sinais que o verão está próximo existem, existiriam sinais óbvios que a destruição de Jerusalém estava próxima. Os mais óbvios foram os 8 sinais. Não há nenhum significado oculto sobre Israel ser restaurado como nação nesse verso. Uma vez que Adão se cobriu com folhas de figueira, a figueira é geralmente um símbolo negativo. Jesus também havia amaldiçoado essa figueira anteriormente (Marcos 11:12 a 14).

Também podemos ver da passagem paralela de Lucas que o ponto de Jesus não era que o tipo de árvore era uma representação, mas que o fato de as árvores florirem na primavera seria algo tão óbvio que os sinais que precederiam a destruição. Veja a generalização das árvores: "E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto". (Lucas 21:29-31)

O Significado de não passará “esta geração”
“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça”. (Mateus 24.34)

Em conexão a parábola da figueira temos a expressão “não passará esta geração”. A compreensão de como “esta geração” é usada por Jesus é importante e não pode ser evitada. Essa expressão é a chave para saber quando serão ou quando foram ocorridos os acontecimentos proféticos descritos em Mateus 24.

O que Jesus quis dizer com essas palavras é muito simples! Nos versículos anteriores de Mateus 24.34 começando a partir do versículo um Jesus fala dos sinais de sua “Vinda” tais como: a destruição do Templo de Jerusalém, guerras, rumores de guerras, pestes, fomes, grande tribulação, o escurecimento do sol e da lua e a sua vinda com poder e muita glória. O que Ele quis dizer é que a “geração” que visse todos esses sinais não passaria ou morreria sem que todos eles fossem cumpridos.

Qual geração seria esta? A que estava viva no tempo de Jesus? Alguma outra futura mais de dois mil anos depois? A nossa geração? A resposta correta é que a tal “geração” era aquela que estava viva nos dias de Jesus.

Para se referir à “geração” que veria aqueles sinais, Jesus usou o pronome demonstrativo “ESTA” e não o pronome demonstrativo “ESSA”. Os pronomes demonstrativos são de dois tipos: próximo e distante. O pronome demonstrativo “ESTA” refere-se a algo ou objeto que esteja próximo de quem fala (no caso Jesus). Com relação a tempo, retrata um período relacionado ao tempo presente ou que ainda não terminou.

Se Jesus quisesse dizer a respeito de outra geração teríamos em nossas traduções os pronomes demonstrativos “ESSA” ou “AQUELA”. O pronome demonstrativo “ESSA” relaciona-se à pessoa ou objeto que esteja um pouco afastado de quem fala (no caso Jesus). Com relação a tempo retrata um período de tempo passado ou futuro próximo.

Já o pronome demonstrativo “AQUELA” relaciona-se à pessoa ou objeto afastado de quem fala (no caso Jesus). Retrata também um passado distante.

Portanto, caso a referência fosse a qualquer outra geração menos a dos dias de Jesus, a frase poderia ser assim: “Em verdade vos digo que não passará [ESSA] geração sem que tudo isto aconteça”.

“Em verdade vos digo que não passará [AQUELA] geração sem que tudo isto aconteça”.

Caso o leitor não aceite esta explicação, com toda certeza terá problemas com outras passagens do evangelho que também se referem aquela geração dos dias de Jesus. A seguir vou comparar Escritura com Escritura para provar que “esta geração” era uma referência a geração daqueles dias de Jesus na terra:

Mateus 11.16: “Mas a quem hei de comparar ESTA GERAÇÃO? É semelhante a meninos que, sentados nas praças, gritam aos companheiros...”.

Mateus 12.41, 42: “Ninivitas se levantarão, no Juízo, com ESTA GERAÇÃO e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas. A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com ESTA GERAÇÃO e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está quem é maior do que Salomão”.

Mateus 23.36: “Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração [ou ESTA GERAÇÃO]”.

Marcos 8.12: “Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido e disse: Por que pede ESTA GERAÇÃO um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se lhe dará sinal algum”.

Lucas 7.31: “A que, pois, compararei os homens da presente geração [ou ESTA GERAÇÃO], e a que são eles semelhantes?”

Lucas 11.30, 31, 32: “Porque, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, o Filho do Homem o será para ESTA GERAÇÃO. A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com os homens DESTA GERAÇÃO e os condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está quem é maior do que Salomão. Ninivitas se levantarão, no Juízo, com ESTA GERAÇÃO e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas”.

Lucas 11.50, 51: “...para que DESTA GERAÇÃO se peçam contas do sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo; desde o sangue de Abel até ao de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e a casa de Deus. Sim, eu vos afirmo, contas serão pedidas a ESTA GERAÇÃO”.

Lucas 17.25: “Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por ESTA GERAÇÃO”.


Caso “esta geração” pudesse ter outro significado em Mateus 24.34, porque nas passagens anteriores não poderiam também? Mas por que, exatamente em Mateus 24.34, “geração” ganha esse significado especial da parte de alguns, sendo que essa palavra é usada no seu sentido comum nas demais vezes que aparece no Novo Testamento?

E para endossar mais ainda, veja como Mateus 24.34 foi traduzido na Nova Tradução na Linguagem de Hoje: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: essas coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que AGORA estão vivos”.

No Grego Também é Assim!
Na tentativa de contornar o óbvio, já me disseram que tal discussão acerca dos pronomes demonstrativos (este, esse e aquele) seria algo que se baseia apenas no português, e, para uma análise mais profunda seria necessário um estudo do grego bíblico. Pois bem, se é grego que alguns querem, então, vamos a ele.

A expressão "esta geração" está assim no grego: "genea haute". A palavra grega "haute" é corretamente traduzida em nossas Bíblia como "esta". Se Jesus tivesse feito referência à alguma geração futura (longe dos discípulos) no grego há recursos de sobra para fazer tal referência.

A Audiência de Jesus
Outra coisa que devemos levar em consideração é a audiência que estava ouvindo Jesus naquele momento do sermão profético, ou seja, seu público alvo. O Senhor Jesus faz uso da segunda pessoa do plural mostrando assim que os discípulos veriam aqueles acontecimentos proféticos dentro daquela geração. A segunda pessoa do plural (vós) pode ser rastreada desde o início do capítulo 24 de Mateus:

Verso 2: “Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade VOS digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada”.

Verso 4: “E ele lhes respondeu: Vede que ninguém VOS engane”.

Verso 9: “Então, sereis atribulados, e VOS matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome”.

Verso 33: “ASSIM TAMBÉM VÓS: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas”. (Mateus 24.33)

Observe que até o versículo 33 o público alvo de Jesus não muda. Eram os discípulos e sua geração que veriam todos aqueles sinais proféticos. Se no versículo 33 Jesus tivesse uma futura geração em vista, acredito que muito provavelmente Ele teria dito: "assim também: quando ELES virem todas estas coisas”.

Geração ou Raça?
Alguns insistem em dizer que a palavra grega genea (geração) em Mateus 24.34 pode ter também o sentido de família, raça ou nação, ou seja, “geração” significaria a “raça judaica”.

Neste caso, os defensores de tal posição têm um problema ainda maior. Jesus disse que aquela “geração” não passaria sem que tudo fosse cumprido. Logo, quando tudo for cumprido, a “geração” ou “raça” terá que "passar" ou "deixar de existir", e isto vai contra aqueles que acreditam que há promessas de Deus concernentes a nação de Israel após a segunda vinda de Cristo. Nenhum dispensacionalista ou atual pregador do fim do mundo vai querer acreditar que Israel vai "passar" ou "deixar de existir" depois da vinda de Cristo, não é mesmo?!

Sobre a questão de "raça" ou "geração" observe as sábias palavras do escritor Gary DeMar:

“Geração não significa “raça” no inglês [nem no português!], como Scofield insiste. O American Dictionary of the English Language de 1828, de Noah Webster, define “geração” como “uma simples sucessão na descendência natural, como os filhos dos mesmos pais; por conseguinte, uma era. Assim, dizemos a terceira, a quarta, a décima geração. [...] As pessoas do mesmo período, ou vivendo ao mesmo tempo: 'Ó geração incrédula e perversa.' [...]” Noah Webster lista “raça” como o sexto significado possível. O The Shorter Oxford English Dictionary (edição de 1968) lista “raça” como o último significado possível. O uso contemporâneo também milita contra usar “geração” como um sinônimo para raça.

Quando falamos de um “generation gap”, não queremos dizer um hiato entre raças. Uma “generation gap” é um intervalo de tempo que existe entre dois grupos de pessoas que viveram em eras diferentes. A palavra grega genea, em seu “significado natural não forçado”, quando se comparando Escritura com Escritura, significa “geração”.

E no caso de Mateus 24:34, a geração a quem Jesus estava falando. já se foi, já era! tudo foi cumprido naquela geração, não tem pra onde correr temos que aceitar as palavras de Jesus.

Outra coisa que não pode passar em branco é que se Jesus realmente tivesse dito "raça" ao invés de "geração", os escritores bíblicos teriam usado a palavra grega "genos" que significa "raça" e não a palavra grega "genea" (geração).

Não cabe aqui um Duplo Cumprimento?
Uma das tentativas para contornar o significado óbvio de "não passará esta geração" é apelar para a teoria do duplo cumprimento da profecia. Uma profecia só tem duplo cumprimento quando outra Escritura assim dá respaldo. Veja o exemplo da traição ocorrida na vida de Davi descrita no Salmo 41.9 (mas ao mesmo tempo apontava para a traição de Judas no futuro). O Salmo em questão diz: “Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar”. O rei Davi descreve nesse Salmo que ele foi traído pelo seu amigo íntimo, seu próprio conselheiro, de nome Aitofel conforme 2º Samuel 15.12, 31.

O Salmo 41.9 teve seu cumprimento em João 13.18, 21:
"Não me refiro a todos vós; conheço aqueles que escolhi; mas para que se cumprisse a Escritura: O que comia do meu pão traiu-me.

Havendo falado essas coisas, Jesus perturbou-se em espírito e declarou: Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me trair".

O fato de sugerir duplo cumprimento para Mateus 24.34 sugere que o intérprete está admitindo que o Sermão do Monte foi cumprido dentro daquela geração dos discípulos.

Se Mateus 24 tem ainda um futuro cumprimento, qual é a outra Escritura que dá suporte a esta interpretação? E se é para teorizar, porque não pensar em duplo, triplo ou quadruplo cumprimento? O fato é que não existe nas palavras de Jesus essa "de profecia com dois cumprimentos. Essa ideia, apesar de popular, não é bíblica ou sensata. Se uma profecia é dada, tem um cumprimento correto. Dizer que ela tem dois cumprimentos significa apenas que uma interpretação não estava correta. Um cumprimento duplo não é apenas insensato, como Jesus disse ainda que Mateus 24 se cumpriria apenas uma vez (Veja Mateus 24:21). Isso remove a possibilidade de um duplo cumprimento".[3]

O Cumprimento de Mateus 24 na Geração dos Discípulos não seria Forçar Demais a Interpretação do Texto?

Na constante tentativa para contornar o óbvio, muitos afirmam que o cumprimento de Mateus 24 dentro daquela geração do primeiro século, seria forçar demais a interpretação do texto bíblico. Um pastor chegou a dizer que limitar Mateus 24 para o ano 70 d.C. na queda de Jerusalém é esvaziar a força da passagem, e reduz o “fim do mundo” amplo que essa passagem evoca, a um “finzinho” extremamente localizado e quase imperceptível.

A grande questão não é o que queremos ou achamos, mas tem que ser exatamente aquilo que o Senhor Jesus quis dizer. O grande problema de nossos dias é que os maus intérpretes das profecias bíblicas, conseguiram transformar as passagens escatológicas - inclusive o Apocalipse - num verdadeiro filme tipo "guerra nas estrelas". Não é em vão que os diretores de hollywood produzem grandes filmes sobre o fim do mundo baseados em supostas cenas apocalípticas, inspiradas em falsas interpretações do Novo Testamento. A mente dos crentes atuais têm estado contaminada pela ideia de que o fim será como nesses filmes. Explosões atômicas, grandes exércitos, epidemias e um futuro altamente tecnológico é justamente o cenário que muitos esperam baseados em supostas evidências bíblicas.

Sobre a questão de reduzir Mateus 24 a um "finzinho" extremamente localizado", quero que saiba que, de acordo com o padrão bíblico, são os pequenos e localizados acontecimentos que realmente fazem sentido e transformação. O escritor Gary DeMar esclarece muito bem essa questão ao refutar Larry Spargimino, veja a seguir:

"Spargimino já considerou que a primeira vinda de Jesus aconteceu no primeiro século, no mesmo pequenino país de Israel? Jesus nem sequer nasceu na capital da nação, mas na pequena cidade de Belém (Mateus 2:6). Seguindo a lógica interpretativa de Spargimino, Jesus deveria ter nascido em Roma, o centro do mundo conhecido do primeiro século. O nascimento, ministério, morte, ressurreição e ascensão de Jesus foram eventos locais. Seu nascimento foi testemunhado por alguns pastores sem nome que por acaso estavam no campo naquela noite (Lucas 2:8). Somente Simeão encontrou Jesus e seus pais no templo e o reconheceu como o Salvador prometido de Deus (2:25-32). Após isso, Jesus apareceu por um momento passageiro no templo quando tinha doze anos de idade (2:41-52). Não o vemos novamente até que tenha aproximadamente 30 anos (3:1-22).

Em termos de uma audiência mundial, somente umas poucas pessoas viram a crucificação de Jesus. Seus próprios discípulos o desertaram (Mt. 26:56). Nenhum ser humano testemunhou sua ressurreição. Os apóstolos, não uma audiência televisiva mundial, viram Jesus “subir” em sua ascensão (Atos 1:9). Mesmo assim, todos esses eventos locais tiveram importância cósmica: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Um evento restrito a um local do primeiro século, teve implicações mundiais. A natureza local de um evento não obscurece sua importância. Sabemos mais sobre a destruição de Jerusalém do que sobre Jesus nas obras de Josefo. Spargimino quer que creiamos que somente uma conflagração mundial, uma tribulação global, satisfaz as demandas do Sermão da Oliveira (Mt. 24; Marcos 13; Lucas 21) e Apocalipse".[4]

Por ser um Texto Profético, o Significado de "esta geração" em Mateus 24 seria Diferente?

As tentativas para contornar o significado claro de Mateus 24:34, são sobremaneira insistentes a todo custo. A criatividade humana é muito grande e pode chegar ao nível do ridículo. O ridículo das constantes interpretações e novos argumentos para Mateus 24:34, já se tornou auto-evidente.

Uma dessas interpretações considera que todas as vezes em que aparece o termo "esta geração", realmente refere-se aos contemporâneos de Jesus pelo fato de serem textos históricos. Mas, no caso específico de Mateus 24:34 - por ser esse um texto profético - o termo "esta geração" mudaria de significado (segundo tais intérpretes modernos).

Se fosse assim, o problema ficaria ainda pior, porque há outros textos proféticos nos evangelhos que referem-se aquela geração dos discípulos e se cumpriram naqueles dias.

Veja alguns desses textos:
"Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por esta geração".(Lucas 17:25)

Aqui temos um texto profético em que Jesus fala o que iria acontecer com Ele ainda naqueles dias. Se aplicarmos o "padrão" dos atuais intérpretes, por ser um texto profético, Lucas 17:25 poderia ser interpretado de maneira diferente. Poderia ser interpretado que outra geração depois daquela rejeitaria Jesus, não poderia? Poderia os discípulos usarem tal "padrão" de interpretação, e pensarem que Jesus poderia viver muitos anos para cumprir aquelas palavras numa geração bem distante da do primeiro século da era cristã.

Para nós é muito fácil olhar para trás e ver que realmente Jesus morreu e ressuscitou naquela geração do primeiro século da era cristã. Mas, se coloque no lugar dos discípulos e pense que eles sequer entendiam a real missão de Jesus, porque eles como os demais judeus de sua época, acreditavam num Messias político que os livraria do poder de Roma. Morte e cruz não estava no pensamento deles em relação ao Messias. Porque - negando agora o tal "padrão" de interpretação específico para textos proféticos - deveríamos achar que eles tinham a obrigação de entender o texto profético de Jesus de maneira diferente, como se referindo a geração deles?

Veja um outro texto profético que claramente se cumpre naquela geração: "Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração". (Mateus 23:36)

Este versículo está dentro de um capítulo inteiro em que Jesus faz várias advertências de juízo aos seus contemporâneos. É claramente um texto profético. Porque deveríamos entender de maneira diferente? Isto é muito sério, estamos lidando com a palavra de Deus!


Conclusão:
Todo o Sermão do Monte encontrado em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21 é exclusivamente sobre a "vinda de Jesus em julgamento contra Israel e Jerusalém". O Senhor Jesus prometeu que ainda naquela geração Ele voltaria para punir Israel por seus pecados. Os textos dos evangelhos citados a pouco descrevem o fim da era judaica, o estabelecimento do Reino de Deus e o começo de uma nova era em Cristo. O fim do antigo Templo, a destruição de Jerusalém e a Grande Tribulação ocorreram no ano 70 d.C.

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