Jerusalém Foi a Babilônia Espiritual
1. O Contexto Histórico e Profético da Babilônia
A Babilônia no Antigo Testamento era uma nação que perseguiu o povo de Deus, levou muitos cativos e foi, por fim, destruída por Deus devido à sua corrupção e idolatria (Jeremias 51:37). O profeta Isaías também descreveu Babilônia como uma cidade imoral (Isaías 47). No entanto, ao longo da história bíblica, a Babilônia também se torna um símbolo de qualquer sistema ou cidade que se opõe a Deus, sendo uma representação de apostasia e opressão.
2. A Babilônia no Apocalipse
Em Apocalipse 17:5, a cidade de Babilônia é chamada de "a grande Babilônia, mãe de todas as prostitutas". A palavra "prostituta" aqui simboliza infidelidade espiritual, ou seja, uma cidade ou sistema que se afastou de Deus e corrompeu a verdade. Este título é dado à mulher que representa a Babilônia e seus pecados, associados ao sangue dos santos (Apocalipse 17:6), referindo-se à perseguição dos cristãos.
3. A Babilônia como Jerusalém Apóstata
No primeiro século, Jerusalém se tornou a "Babilônia" espiritual. Ela foi a cidade que rejeitou o Messias (Jesus Cristo), o próprio Filho de Deus, e perseguiu aqueles que seguiam a verdade (Atos 7:51-60). A ideia de que Jerusalém se tornou espiritualmente Babilônia é sustentada por várias passagens bíblicas:
Jesus e a perseguição em Jerusalém: Jesus acusou Jerusalém de ser responsável pela morte dos profetas e dos justos, declarando que ela estava se tornando como Babilônia, pois se afastou do propósito original de ser uma luz para as nações (Mateus 23:37-39).
Babilônia e o sangue dos mártires: Em Apocalipse 17:6, a Babilônia está embriagada com o sangue dos santos. A perseguição aos cristãos começou em Jerusalém (Atos 7:58-60) e continuou até a destruição da cidade em 70 d.C. A cidade tornou-se um lugar de perseguição e morte para os fiéis.
4. Apocalipse 18:4 – A Fuga de Jerusalém
Em Apocalipse 18:4, Deus ordena ao Seu povo: "Sai dela, povo meu, para que não sejais cúmplices dos seus pecados, e para que não participeis dos seus flagelos." Isso é muito semelhante ao que Jesus disse em Mateus 24:16 antes da destruição de Jerusalém em 70 d.C., quando alertou seus seguidores a fugirem para os montes ao verem o exército romano cercando a cidade.
Jerusalém como Babilônia: Se aplicarmos a profecia de Apocalipse 18 ao contexto histórico do primeiro século, a "Babilônia" não é mais uma cidade literal, mas Jerusalém apóstata, que rejeitou Jesus e matou os profetas. A ordem para fugir reflete o aviso de Jesus aos cristãos em Jerusalém para escapar antes da destruição que viria com a invasão romana.
5. A Queda de Jerusalém e o Juízo de Deus
Em Apocalipse 18:10, vemos a destruição da Babilônia, que cai em uma hora. Isso é em paralelo ao julgamento de Jerusalém, que foi destruída pelos romanos em 70 d.C. A queda de Jerusalém foi uma forma de Deus julgar a cidade que rejeitou o Messias e perseguiu o Seu povo. A Bíblia descreve a cidade como culpada de infidelidade espiritual, como Babilônia foi no passado.
Jerusalém no Antigo Testamento: Ao longo da história de Israel, a cidade de Jerusalém frequentemente se comportou de maneira infiel a Deus, muitas vezes se unindo com nações pagãs e se afastando de sua aliança com Deus (veja os livros de Isaías, Jeremias e Ezequiel). Essa infidelidade foi predita, e a destruição final de Jerusalém, no ano 70 d.C., foi o cumprimento desse juízo.
Conclusão:
Babilônia é Jerusalém Apóstata
Com base em Apocalipse 17-18, podemos concluir que Jerusalém foi espiritualmente comparada à Babilônia, por causa de sua infidelidade, perseguição aos justos e seu desvio da verdade. A destruição de Jerusalém em 70 d.C. representa o juízo final de Deus sobre a cidade que rejeitou o Messias e perseguiu os cristãos.
Portanto, Apocalipse 18 não descreve a queda de uma cidade literal da Babilônia, mas o julgamento e a queda de Jerusalém, que foi a "Babilônia" espiritual nos tempos do Novo Testamento. Deus ordena ao Seu povo para sair de Jerusalém, assim como ordenou aos cristãos que fugissem quando a cidade foi sitiada.
Portanto a profecia do apocalipse 17 e 18 não é para o nosso futuro ou o futuro das gerações seguintes, mas sim, foi uma profecia para o futuro dos apóstolos a qual se cumpriu no ano 66 a 70 d.C.